Monday, February 11, 2019

Tertulia sobre o misterio da Viagem de Fernão de MAGALHAES. Almoço debate com o Cor. Joao Fernandes a 9 de Março de 2019



Tertúlia em almoço debate
dia 9 de Março, as 12h.
Bar do Alem, Alenquer
N9, Km 94
TEMA
Mistérios da Viagem a Volta do Mundo
de Fernão de Magalhães
Orador
Cor. Joao Fernandes
Moderador: Dr. Luis Nandin de Carvalho

EMENTA
Entradas variadas, Caril com Galinha do Campo e papari, sobremesa surpresa
Vinho regional DOC, ou cerveja/refrigerantes e Café
 Informar restriçoes alimentares Pagamento para garantir a reserva 
preço 20€/Pax, para 
IBAN PT50 0033 0000 4541 5435 89105



Texto de apoio

PENTA CENTENÁRIO DA VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO DE FERNÃO DE MAGALHÃES 1519-2019
CAPITULAÇÕES DE VALLADOLID A 22 DE MARÇO DE 1518
(Texto original de João Santos Fernandes )
CHEGADA A 6 DE SETEMBRO DE 1522
TEMA DO DEBATE
PENTA CENTENÁRIO DA VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO
1519-1522
DA ALDEIA DE MAGALHÃ À ILHA DE MACTAN
PORTUGAL DE DESCOBRIMENTOS OU ACHAMENTOS
 PARTIDA A 20 DE SETEMBRO DE 1519
RESUMO DESTA EXPEDIÇÃO NARRADO POR FERNANDA PAIXÃO PISSURNO
NA SUA GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO EM 2016
A expedição chegou em poucos dias nas Ilhas Canárias, abastecendo-se na ilha de Tenerife, passando logo depois pelo arquipélago de Cabo Verde, onde seriam atingidos por uma calmaria que atrasou os navios por algum tempo. No início de 1520 os navios já se encontravam próximos ao Rio da Prata, onde temporais começaram a atormentar a expedição. Pouco depois da parada designada para os meses de inverno, Magalhães enfrentou um violento motim, que desejava retornar para a Espanha por não acreditar que a viagem fosse obter sucesso. Pouco depois de derrotar a insurreição, o navegador atravessou a região atual da Patagônia, passando a seguir pelo estreito que posteriormente ganharia o seu nome. Apenas em novembro os navios chegariam ao que agora conhecemos como Oceano Pacífico, onde a tripulação começaria a adoecer devido à escassez de alimentação. Em abril de 1521, na região das atuais Filipinas, Magalhães morreria durante um confronto com os nativos. Caberia ao novo capitão, o espanhol Juan Sebástian Elcano (1476 – 1526) comandar as duas caravelas restantes em direção às Ilhas Molucas, aonde chegaram em novembro de 1521, depois de vinte meses de viagem. O retorno à Espanha se iniciaria no mês seguinte. O Cabo da Boa Esperança foi cruzado em maio de 1522, mas o último navio, trazendo a bordo os 18 homens sobreviventes, só chegaria em Espanha no dia seis de setembro.

Antes de chegarmos ao historial da viagem de circum-navegação, no que há de importante para a simbologia e factualidade comercial dos Mares, importa lembrar talassocracias da Antiguidade e Idade Média, documentadas ou não, com inúmeros indícios e veracidades nas toponímias, tradições orais, lendas e investigações de raras Gramáticas Históricas, completando-se hoje dúvidas antigas por meticulosos exames ADN de povos, tantas vezes revelando miscigenações desconhecidas.
Raras dúvidas existem, além das Civilizações Antigas dos Andes e do México, que as viagens marítimas fenícias (até mesmo egípcias) chegaram ao Mar dos Sargaços, e têm credebilidade as teses greco-romanas de que as Ilhas Afortunadas, Hispérides e Cassitérides, eram, respectivamente, as Canárias, as Selvagens/Madeira/Porto Santo e as 9 Ilhas do Arquipélago dos Açores.  Assim lavrava a Carta do Rei D. Afonso IV de Portugal, datada em Montemor-o-Novo a 12 de Fevereiro de 1345, ao Papa Clemente VI, sobre a sua conquista das Canárias em 1341, designando-as de Ilhas Afortunadas.
                Certezas existem, por vestígios arqueológicos, toponímias, tradições orais e escritos rúnicos, que os Escandinavos aportaram às Américas no séc. X, com as expedições de Gunnbjörn e de Erico, o Ruivo, não fossem também os «Vickings» excelentes mareantes.  Podem querer justificar o nome BRASIL com várias teses, mas só uma é consistente: a derivação do nome da Árvore Mística Odínico-Celta Yggdrasil, que liga NOVE MUNDOS, em gratidão aos Deuses dos Mareantes Nórdicos.
                De 1474-1492 as expedições naúticas «particulares» para Ocidente foram inúmeras. A «placa giratória» de Cabo Verde já estava registada na Carta de Mecia de Vila Destes, datada de 1431. Para os cépticos que rejeitam Descobrimentos em Achamentos a legitimar, lembremos que a espionagem das esquadras das Repúblicas Italianas, detentoras dos Comércios de cabotagem até ao Mar do Norte, a Ocidente, e aos Mares Negro e de Azof, a Oriente, originaram contra-espionagens adequadas, sobretudo as de «Lisboa», sendo exemplo máximo o «parafuso-sem-fim» especulativo sobre os «rumos» de Cristovão Cólon e a «forja» das Cartas-Portulanos centrada em Florença, onde a «obra náutica» de Paolo dal Pozzo Toscanelli (manipulada (?) pelos Medici e Duque Hercules D’Este) é quase ficção. D. Diogo Ortiz, Bispo de Ceuta, foi um dos matemáticos e cosmógrafos que regulou com D. João II toda a contra-espionagem dos Descobrimentos Portugueses, e com Duarte Pacheco Pereira.
Quando Afonso de Albuquerque chega “ao contacto” com o Rei de Java, este dá-lhe as cartas de marear do Oceano Pacífico, onde estava cartografada a EUROPA, possibilitando às suas «Pequenas Armadas» de Jorge Álvares rumarem a Macau, para NORTE, e às de António Abreu rumarem para SUL, chegando ao Continente Australiano, navegando com ele Fernão de Magalhães.
A divisória (conveniente) da metade de Tordesilhas, a Oriente, ficou materializada na Ilha de Ternate, Arquipélago das Ilhas Molucas, hoje perteça da Indonésia, onde Portugal ergeu o seu Forte de São João Baptista, graças à Expedição de Francisco Serrão, saída de Malaca (1511) na Nau Sabaia.  


ESTÁTUA
DE
FERNÃO DE
MAGALHÃES
EM LISBOA
NA PRAÇA
DO CHILE
26ABRIL1930
HISTORIAL-RESUMO DE FERNÃO DE MAGALHÃES AO SERVIÇO DE PORTUGAL
Entra como Pagem Real na Corte de D.João II com 10 anos (1490), estudando as artes de navegar, a álgebra, a geometria e a astronomia, sendo formado para comandar uma expedição. Com a morte do rei (1495) é afastado, sendo amigo de infância dos filhos de D.João II (o legítimo é morto (?) e o natural é impedido de ser rei) e mui sabedor dos «segredos» da Corte. Só em 1505 consegue rumar à Índia (Armada de 22 Naus de D. Francisco de Almeida), tomando parte na conquita de Malaca (Fevereiro de 1511), chegando às Molucas (1512) na Armada de António Abreu (que depois rumaria à Austrália) e de Francisco Serrão que viria a ser Conselheiro Militar do Sultão de Ternate e seu principal mensageiro das cartas que ia dele recebendo, em Lisboa e depois em Sevilha, motivadoras e «precisas» para rumar às Molucas, pelo Sul das Américas.
Regressa a Lisboa em 1513 com um amigo (ex-escravo e inteligente malaio), mas D. Manuel I «temia-o» e Magalhâes é obrigado a rumar a Azamor (Marrocos), onde é ferido e coxeia para sempre. Forjar provas e testemunhos de corrupção contra Magalhães foi fácil (ardilosamente montados os deslizes que cometeu, por necessidade financeira face às recusas do Rei de lhe dar justa tença), não lhe restando outro destino senão rumar ao Reino do Rei Carlos I de Espanha (Imperador Carlos V), recusando D. Manuel I, por três vezes, o seu PROJECTO MOLUCAS, rumo às «Especiarias» pelo Ocidente. O ÓDIO-RAIVA DE D. MANUEL I FOI ERRO GRAVE. 

No dia 20 de Outubro de 1517 Fernão de Magalhães e Rui Faleiro chegam a Sevilha e tornam-se súbditos do Rei Carlos I, assinando Magalhães como Magallanes. Depois do PROJECTO MOLUCAS, incluindo traçado de navegação em esfera terreste conhecida, pertença de Magalhães, ser exposto ao rei, este foi analisado por Frei Bartolomeu de las Casas (nauta de Índias Ocidentais) e por D. Juan Rodriguez de Fonseca, Arcebispo de Burgos, “superintendente” do comércio e navegação, bem como “chefia” da Casa de Contratação. Com o «sim» real , são assinadas as CAPITULAÇÕES DE VALLADOLID, a 22 de Março de 1518, um compromisso-contrato que tornava Magalhães e Faleiro como Capitães de Espanha. A ambição de ser Imperador do Mundo do Rei D. Manuel I, como a sua contida raiva contra Espanha ao saber deste «compromisso», não o fez desmarcar o seu casamento (1518) com a irmã de Carlos I, D. Leonor, a noiva prometida ao seu filho (futuro D. João III que nunca perdoou tal acto indigno ao pai), mas ordenou que destruissem os haveres de Magalhães, na Região de Sabrosa.
Se a «maldição» já se abatia sobre a FROTA DAS MOLUCAS agravou-se com a fixação mental de Rui Faleiro em ser Almirante da Expedição. Morreu antes de partir, com espamos esquizofrénicos, sendo substituído por Gonçalo Gomez de Espinosa. O filho ilegítimo do Arcebispo de Burgos, Juan de Cartagena, instigado pelo pai, auto-intitulava-se, após morrer Faleiro, como o Vice-Almirante do Rei.
A 20 de Setembro de 1519, efeméride de 23 (22+1) meses após Magalhães chegar a Sevilha, em ritual de saberes templários e místicos da Ordem de Santiago (Magalhâes estava investido nestas 2 Ordens, a de Espanha e a de Portugal) partem 4 Naus e 1 Caravela, de San Lucar de Barrameda.

NAU TRINIDAD
Navio Almirante
Capitão Fernão de Magalhães
Morto a 27 de Abril de Abril de 1521 por Lapu-Lapu na Ilha de Mactan. Esta nau,  comando de Espinoza, chega ao Japão. É apresada (volta) por Portugal nas Molucas.
NAU
SAN ANTONIO
Capitão
Juan Cartagena
Preso por rebelião (após 60 dias) por Cristovão Rebelo (filho natural de Magalhães) e Duarte Barbosa. Abandonado no Porto de São Julião a 2 de Abril de 1520.
NAU CONCEPCION
Capitão Gaspar de Quesada
Preso por rebelião de 1 de Abril de 1520, julgado e executado (decapitado) pelo seu criado, a pena mais severa de humilhação.  
NAU VICTORIA
Sebastian Elcano
Capitão Luiz de Mendonza
Morto por rebelião de 1 de Abril de 1520, com uma adaga no pescoço, desferida por Gonçalo Gomez de Espinosa. Nau única a regressar a 6 de Setembro de 1522.
CARAVELA SANTIAGO
Capitão (investido)
Gomes de Espinoza
Navio mantimentos.  Navega no Rio da Prata, em nova/vã pesquisa já feita por João Diaz de Solis (1516) numa  passagem ao Pacífico. Afunda (tempestade) na Patagónia.

A viagem até ao Rio de Janeiro teve dois grandes momentos de tensão, mas que impuseram a liderança de Magalhães em duas vertentes: neutralização (higiénica) da homossexualidade a bordo, sendo executado (Lei de Espanha, com pena de morte) o Mestre da Nau Victoria, Antonio Salamón, apanhado em flagrante delito de sodomia com um grumete; prisão do Capitão da Nau San Antonio na Nau Victoria, sendo substituído por Antonio de Coca e após o Brasil (onde a libertinagem das nativas com as tripulações acalmou a abstinência sexual) por Álvaro MESQUITA, primo de Magalhães, não agradando a nomeação aos mentores do «plano» para assassinar o Capitão Fernão de Magalhães.
Este «plano» é desencadeado após a celebração litúrgica de Domingo de Ramos, dia 1 de Abril de 1520, num porto de abrigo (baptizado de São Julião, onde chegaram na véspera), depois da demora na Região do Rio da Prata, onde ali não havia «estreito» para passarem. Além do citado na “caixa” anterior, entre os amotidos da rebelião nocturna estava Juan Sebastián Elcano. Esqueceram-se da «fidelidade» da Nau San Antonio, capitaneada pelo primo, e navio-a-navio (bombardeada a Nau Concepcion) tudo foi neutralizado. Levariam quase 5 meses a descobrir (18 de Outubro de 1520) o famoso ESTREITO DE MAGALHÃES, ao avistarem, em grande istmo de terra, esqueletos de baleias, o que indicava uma «rota migratória». Era uma foz de águas profundas e de fortes correntes (qual Cabo da Boa Esperança ali recordado) e labirinto que levou 38 dias a passar, graças à perícia de Magalhães pelos Mares do Oriente, até à Austrália. Nesta epopeia “desertou” a Nau San Antonio, regressando a Espanha, matando a tripulação o Capitão MESQUITA, final parcial do «plano» para matar Magalhães.
 A 28 de Novembro veêm mar calmo (por isso é PACÍFICO) e contornam o CHILE para ESTE.

HERÓI LAPU-LAPU
ARQUIPÉL. FILIPINAS
LAPU-LAPU MATA MAGALHÃES
MITO  POVO
MEMORIAL CITADINO
A travessia do Pacífico levou 98 dias, originando desespero por terra firme, fome e escorbuto.  Vermes de carnes austrais (focas, pinguins e outros animais) devoravam velas, roupas e até madeiras. Morreram 29 tripulantes e o gigante da Patagónia que vinha na frota. No dia 6 de Março de 1521 o vigia da Nau Victoria, Lope Navarro, gritou: TERRA!TERRA!TERRA! Era o Arquipélago das Marianas, na Ilha Guam. Abastecidos de alimentos e água, os nativos, sem noção de propriedade privada, pilhavam objectos (recordações) e as nativas pregos. Por tudo isto as ilhas foram ditas de ILHAS DOS LADRÕES.
Porém, após 10 dias, verificaram nas Ilhas de Homonhom e de Limasawa, que os habitantes eram cordiais e generosos, pois há séculos que mantinham contactos com mercadores chineses e árabes. O coco (leite) travou-lhes o escorbuto e o miolo era o «pão» que acompanhava peixe e carne.
Ocorre a seguir o maior erro de Fernão de Magalhães, acreditando no Rei de Limasawa que as Ilhas próximas eram inimigas. Entrou na Ilha de Cebu ao som das peças de artilharia, exigindo-lhe o Rei Humabon tributo, como era «praxe» às embarcações. Dizendo que servia o Rei mais poderoso da Terra obrigou este rei (fingiu converter-se ao cristianismo) a pagar-lhe tributio a ele e quis estender a tributação às outras ilhas. Na ilha de Mactan, hostil à tributação, incendiou uma aldeia. Metendo-se numa disputa de chefes locais (desaconselhado pelos seus conselheiros), um dos lados, o Chefe Lapu-Lapu, atacou-o com 1500 homens. Os mosquetes eram ineficazes perante a protecção dos escudos e a velocidade-mobilidade dos arqueiros indígenas muito eficaz, descobrindo eles que ao disparar para as pernas (setas envenadas) paravam os espanhóis, apenas com armadura da cintura para cima.
Fernão de Magalhães (coxo já de Marrocos) é abatido pelo alfange de Lapu-Lapu, acabando rodeado de guerreiros que o extreminaram. A «FROTA DAS MOLUCAS» foge de Cebu, queimando a Nau Concepcion, a mais deteriorada. Elegeram para comandar João Lopes de Carvalho (Nau Trinidad) ficando a Nau Victoria sob comando de Espinosa, enraivecendo mais o basco Sebastián Elcano. Após passarem algumas ilhas, perdidos, capturaram homens de embarções para os guiarem, mas fizeram-nos rumar a SUESTE, para o Bornéu, em vez de os guiarem para SUDOESTE, rumo ao destino. A 9 de Julho chegam ao Sultanato do Brunei, onde são bem recebidos. Mas, dia 29, confundiram uma homenagem de mais de 100 pirogas como ataque e preparam a batalha, com alguns incidentes, depois sanados. Os tripulantes (instigados por Elcano) não perdoam o erro quase fatal de João de Carvalho. Destituído do comando, substituído por Martin Mendez, é formado um «triunvirato Almirantado» acrescido de Juan Elcano. Ao sairem do Brunai, sem piloto, por agastamento do Sultão, tiveram a sorte de aprisionar o irmão do Rei de Mindanau, o qual, por lhe pouparem a vida, ensinou-lhes rumar a SUDOESTE. Finalmente, 6 de Novembro, com piloto sequestrado, chegam às 4 Ilhas principais (não vão a Bacan) das Molucas: Ternate, Tidore, Motir e Makian. Aportam a Tidore, onde o Rei Muçulmano Al-Mansur conhecia bem os portugueses. Aqui (restava ainda) Pedro Afonso de Lorosa, amigo de Magalhães e da Expedição de Serrão, que narra-lhes o actual cenário mercantil.
O Rei de Al-Mansur vê no declínio dos portugueses e na morte de Afonso de Albuquerque (1515), o grande estratega do nosso Oriente, também uma oportunidade de apoio contra os seus rivais mulculmanos. Carregando a nau Victoria com 635 Kg de cravinho, além de noz moscada e outras especiarias, transbordadas da Nau Trinidad, cujo porão, metendo água, estava irreparável, o comando foi assumido por Juan Sabastián Elcano, enquanto a Nau Trinidad ficava a cargo de Gonzalo Espinosa.
A 21 de Dezembro de 1521 a Nau Victoria, com 60 tripulantes, ruma a Ocidente, via Java e Timor. Com «medo» de Madagáscar, por ser «águas portuguesas», rumam ao Cabo da Boa Esperança, onde o ultrapassam após 18 de Maio de 1522. Até chegarem a Cabo Verde (8 de Julho) morrem 21 tripulantes. Aqui o «traidor» Martim de Burgos denuncia quem são, obrigando à fuga, ficando vários homens retidos e presos. Chegam ao fim da viagem 22 homens, 18 tripulantes e quatro escravos.    
O Rei Carlos I (Imperador Carlos V) recebeu Elcano na Corte de Valladolid. Com a estratégia oral de que Magalhães estava ao serviço de Portugal, pouco atenção a narrativa falsa mereceu já que a Nau Victoria vinha carregada de lucros. Graças ao grande herói desta EXPEDIÇÃO, o cronista Antonio Pigafetta, amigo e fiel companheiro de Magalhães, sempre discreto e oculto, Magalhães nunca foi cobarde ou desleal, antes serviu Espanha por recusa raivosa de Portugal e do odioso Rei D. Manuel I.  
Quando a «Expedição das Molucas» (1525) de 7 Naus, comandada por García Jofre de Loaísa, chega às Molucas (1526), erguendo o Forte na Ilha de Tidore, Portugal atacou-a a partir de Ternate. Esta «frente» Portugal-Espanha, às vezes sem obedecer aos Reinos, nem com a anexão de Portugal (1580-1640) cessou. Podemos dizer que ela começa a 20/9/1519, pois a «Frota das Molucas» foi logo perseguida por naus portuguesas, obrigando Magalhães a fugir das Ilhas Canárias e a mistificar o rumo pelas Ilhas de Cabo Verde, em direcção ao Rio de Janeiro, onde chega a 13 de Dezembro de 1519, que é também Dia da Morte de D. Manuel I, em 1521, talvez por anátema ritual, talvez por Justiça Divina.
 Sebastián Elcano, Capitão na «Expedição das Molucas», morre de escorbuto (?), com Jofre de Loaísa, a 4 de Agosto de 1526, futuro desastre de Alkacer-kibir (1578), plano ardiloso de Filipe II, por ambição comercial das Especiarias e vingança ao ver falhar a eleição (1555) do Cardeal D. Henrique de Portugal para Papa (subornos, em vão, do Imperador Carlos V), sendo eleito o efémero Papa Marcelo.




ANTONIO PIGAFETTA
MAGALHÃES GODINHO
ELAINE SANCEAU
ELAINE SANCEAU
EMILIO SALGARI
 Além da homenagem inicial à historiadora Fernanda Pissurno, é essencial, para visualizarmos os 100 anos 1415-1515, a leitura dos livros atrás expostos. A historiadora inglesa Elaine Sanceau veio para Portugal (1930) e narrou, com exactidão, os Achamentos Portugueses, como Vitorino Magalhães Godinho (4 Volumes) narrou, com precisão, OS  DESCOBRIMENTOS E A ECONOMIA MUNDIAL.
O herói oculto da VIAGEM MAGALHÃES-ELCANO é o dissimulado cronista presencial, António Pigafetta, grande amigo veneziano de Magalhães. Sem ele esta epopeia científica seria mistificada. O Renascimento possibilitou-lhe irradiar, por todas as Cortes da Europa, a veracidade desta viagem. Mas seria injusto olvidar um dos maiores Marinheiros do século XV no Oriente das Especiarias, «Rei da Rota da Seda Náutica»: Almirante Sino-Mulçulmano ZHENG HE (1371-1435), por alcunha Ma Sanbao, capturado, muito novo, pelas tropas do Imperador Yong Le, Dinastia Ming. Comandando 7 Expedições (1405-1433) ele fez da China uma potência marítima, irradiando-a no SE Asiático, Ceilão, Índia, Golfo Pérsico, Arábia e África Oriental. Foi por um seu emissário que o Infante D. Pedro viria a receber um exemplar dos TEXTOS DE MARCO POLO, o qual entregou ao irmão, D. Henrique, na Escola de Sagres.
Terá ZHENG HE feito a primeira circum-navegação? Terá ZHENG HE chegado às Antilhas antes de Colombo? A arqueologia tem revelado novos axiomas, por investigações neozelandesas no Chile e Pacífico, após 2007. A expansão polinésia estendeu-se da Nova Zelândia até à Califórnia (em vestígios, fabrico de canoas e anzóis) nos idiomas, como o dos Mapuches do Chile, no seu linguajar e gramática.
Os escritores António Galland (1646-1715) na ficção Simbad, O Marinheiro (alcunha Sanbao-ZHENG HE), em lendas persas (Mil e Uma Noites-Xerazade), e Emílio Salgari (1862-1911) projectando SANDOKAN (com o português Eanes-Yanez) e os Corsários, não são fontes de investigação analógica?   
Quando D. Afonso de Albuquerque, Duque de Goa, se torna Leão dos Mares do Oriente, o Rei de Java oferece-lhe cópias da cartografia chinesa e árabe, o que lhe permite gerar as suas «pequenas Armadas» de António Abreu, Francisco Serrão e Jorge Álvares, vitais para o nosso Oriente até Macau.
Fernão de Magalhães tem por protectores os 2 maiores inimigos da Casa de Bragança e do Rei D. Manuel I: D. Afonso de Albuquerque e D. João II. Ambos, amigos de infância (diferença 3 anos), conhecem as tramas dos 3 Duques de Bragança contra a Casa de Avis (D. Nuno Álvares Pereira, sogro do 1º Duque, abandona a Corte pela sua corrupção) e as razões que levaram ao assassinato do Infante D. Pedro (Batalha de Alfarrobeira), criticado por Cortes Europeias e Santa Sé, sendo Duque de Treviso, amigo do Grão-Duque Segismundo, de Cósimo, o Velho, e do Papa Martinho V que ajuda a eleger, pondo-se fim ao Grande Cisma do Ocidente, com 4 PAPAS, no Concílio de Constança (1414-1417).
 D. Jaime de Bragança, 4º Duque, ao ver o pai decapitado, em Évora, por ordem de D. João II, foge para Espanha, só regressando em 1498, ano de D. Vasco da Gama. As ambições de D. Manuel I (Imperador do Mundo), afastados os filhos de D. João II (o legítimo de morte suspeita, casando ele com a viúva, e o natural impedido de ser rei pela madrasta e Braganças) é astuto na «confiança», após ser rei, em Afonso de Albuquerque. Entrega-lhe carta secreta para substituir D. Francisco de Almeida, Vice-Rei da Índia, para não ferir a confiança de D. Jaime de Bragança. O azar é que D. Jaime assassina a mulher (encenando adultério) e D. Manuel I manda-o conquistar (custeando) a Praça de Azamor, em penitência, em 1513, sítio para eliminar, por tramas, Fernão de Magalhães, como o fez, mas em vão.
O rei D. Manuel I malfadou seu filho D. João III, por anátema da Caverna do Tempo, perdendo este rei 11 filhos. A  Monarquia de 5/10/1143 finda com D. Manuel II, sem descendência, a 5/10/1910.
A crise crecente de Portugal com D. Manuel I, após a morte ( assassinato sempre admitido) de D. João II, destruindo-se toda a Matriz Ecuménica das Três Religiões emergentes do Patriarca Abraão que foram representadas nas Cortes de Portugal, cujo rito litúrgico cristão era o SARUM, derivado da Diocese de Salisbury, em 1147, aquando da conquista de Lisboa apoiada pelo Ramo Inglês da II CRUZADA, ficando D. Gilberto de Hastings como Primeiro Bispo de Lisboa, consagrado pelo Arcebispo de Braga, D. João Peculiar, foi determinante para o declínio dos Portugueses. Tudo se agravou com a extinção deste rito litúrgico cristão SARUM, em 1536, e com a implantação da Inquisição com D. João III, impedida com D. Manuel I pelo Papa (Medici) Leão X (por respeito ao Infante D. Pedro, amigo do Patriarca Medici, Cósimo, o Velho) e imediatamente suspensa, em 1531, pelo Papa Clemente VII, também ele Medici, não fosse já o  Sinal de Deus pelo GRANDE SISMO DE LISBOA, neste ano de 1531.
O expoente máximo da corrupção moral e material de Portugal, como EX-LIBRIS tenebroso de um vil país prestes a ser anexado por Espanha, é a prisão e assassinato (30/1/1574) de Damião de Góis, incumbido (1558) de lavrar as Crónicas de D. Manuel I pelo futuro Rei de Portugal, o Cardeal D. Henrique. Isento no narrar, muita nobreza ficou agastada em ver-se mal retratada nas narrativas. Rapidamente o Santo Ofício o destrói, por ligações Renascentistas, livros heréticos nas Universidades de Pádua e Lovaina onde estudara, amizades na Flandres (nomeado por D. João III) e a Erasmo, bem como, sem ter defesas reais, pelas cobardias do seu Rei D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique.
Em sua defesa apenas dois homens se levantam: Francisco de Holanda e Luís Vaz de Camões. O primeiro viria a morrer de morte misteriosa (1585) e o segundo enterrado numa vala comum, e, ambos, sem qualquer memorial. Diria Camões, versejando, a verdade do seu PORTUGAL CORRUPTO, após D. João II e de toda a gesta que ele nos narra dos Descobrimentos até 1515, no Brasil e a Oriente:
FRACOS REIS FAZEM FRACA A FORTE GENTE
É este Portugal em declive estrutural na Europa, após D. João II, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque, Fernão de Magalhães, Cristóvam Jacques, Martim Afonso de Sousa e Duarte Rebelo, que renasce, positivamente, com novas FORÇAS IMATERIAIS, implantando-se a NOVA LUZITÂNIA, em OLINDA, na Capitania de Pernambuco, no Brasil, sendo atacada por Corsários, Piratas e até Armadas Oficiais de algumas Nações que se querem transformar em novos Impérios dos Mares, sendo o HINO DE PORTUGAL o culminar dessa avidez e a estátua do Presidente de França, Mac Mahon, em Moçambique, o símbolo EPITÁFICO de quem ataca, sem Justiça, a Matriz Imaterial Lusa.
Os FRACOS REIS de Portugal e Espanha do séc. XVI, exceptuando D. João II (aliado ao primo, o Imperador Maximiliano I) destruiram todo o prestígio do Ecumenismo Português e das suas Ciências Náuticas, da construção naval à cartografia, da botânica e medicina aos instrumentos de navegação.
A família de Pedro Nunes foi perseguida pela Inquisição, como a de Amato Lusitano, e os ossos de Garcia de Orta, também judeu, foram exumados e queimados na Índia por este imoral Santo Ofício que iria perseguir o Protector dos Escravos e Índios, o Padre António Vieira. Mas foi graças a estes cientistas e ao «louco» cosmógrafo Rui Faleiro, desertor de Magalhães, que o Almirante Gago Coutinho, em 1919 (TETRA CENTENÁRIO DA VIAGEM DE MAGALHÃES), construíu o seu SEXTANTE.


Esta epopeia de Mares por Magalhães-Elcano (1519 a 15229), que depois Sir Francis Drake, Corsário da Rainha Isabel I, sedimentou nos Pilares dos Mares Britânicos, ficando o ESTREITO DRAKE (1616) abaixo do ESTREITO MAGALHÃES (terá sido Willem Schouten a fazer a travessia e não Drake), foi determinante (sua cartografia) para a viagem de Charles Darwin (27/12/1831 a 2/10/1836), sob o comando de Robert FitzRoy na 2ª viagem do Brigue BEAGLE, quase cinco anos de circum-navegação.
Este navio faz 1ª viagem, sob o comando  de Pringle Stokes (Comanda Expedição Parker King), mas, próximo dos mares onde o Capitão Álvaro MESQUITA–primo de Magalhães-é morto (Capitão da San Antonio) ele suicida-se, a tiro de pistola. Robert FitzRoy, viria a suicidar-se, cortando a garganta, como o fizeram ao Capitão Luiz de Mendonza. O 3º Capitão deste navio, John Wickman, morreu de doença misteriosa grave, talvez como Elcano. Lenda, mito, maldição, ou anátema, o Brigue BEAGLE da «ORIGEM DAS ESPÉCIES» e das «Galápagos» de Fernão de Magalães será «desmantelado» após 1870.
Para os mais cépticos tudo serão «acasos» da História, mas relevante é dizer que o dobre de finados do prestígio político-militar de Portugal nos Arquipélagos das Especiarias e o fim das regulares viagens comerciais ocorre em 1570, 300 anos antes de se desmantelar o BEAGLE. Neste ano Diogo Lopes de MESQUITA mandou apunhalar Cachil Aeyro, Governador de Ternate, estando o seu título de Rei banido, há muito, pelo Capitão Bernaldim de Sousa, contra as Ordens de Lisboa, por ele levadas.
O filho do assassinado, REI BABU, nome similar a LAPU-LAPU que matou Magalhães, levanta a IRA DO ORIENTE contra os portugueses. Passados cinco anos (1575) o Capitão de Ternate, Nuno Pereira de Lacerda, capitula. A Oculta Ordem de Cristo fazia erguer, para novo prestígio de Portugal, a NOVA LUZITÂNIA, em Pernambuco, sita em OLINDA, nome da esposa do aatual Presidente do Brasil