Tuesday, January 23, 2007

Espíritos, Espirítas e Espiristismo


dia 17 de Fevereiro,
as 12h Tertúlia do Bar Alem, em Alenquer, com almoço debate sobre :

Espiritos, Espiritas e Espiritismo,


em que sera oradora Teresa de Matos, (Maria Teresa do Vale Matos) Espírita e Maçon.
Teresa Matos é licenciada em Filologia Germânica e dispõe de várias post graduações, e é tradutora de renome internacional.
Foi eleita deputada à Assembleia Constituinte.

Inscrições limitadas pelo mail bar.do.alem@gmail.com ou tel 21 3552070
preço de almoço tudo incluido 17,50€ (ementa do dia, feijoada à transmontana)

local: bar do além, parque de campismo de Alenquer, N nº9, Km 94

Saturday, January 20, 2007

Tertúlia de 20 de janeiro de 2007

Luis Resina a proferir a sua conferência na Tertulia do Bar do Alem em 20/01/07 sobre o tema do Enquadramento astrológico de Portugal em 2007.

Em particular foi aprofundada a influência das conjugações astrológicas dos planetas de ciclo lento, de que se trasncreve um extracto.

Plutão em Sagitário (1995-2008)

A proposta de Plutão em Sagitário é a de levar a mente e as emoções colectivas a um nível mais profundo, onde possam ser captados arquétipos e conceitos que dêem um sentido e um significado maior às questões essenciais que se ligam com a vida, com a morte, o além, o imanente e o transcendente. A perspectivação do futuro terá que ser vista à luz de uma visão que não obscu reça a capacidade inerente a cada indivíduo e a cada cultura de encontrar o seu caminho e a sua verdade, sem que esta se imponha sobre os demais. Visto que há uma profunda crise de valores assistimos exteriormente à morte das c renças e das religiões tradicionais. A fé no futuro e na sociedade é posta em causa por uma falta de perspectiva e de valo res que enquadrem o homem à luz de uma nova filosofia existencial.
O sistema de valores dominante mostra-se impotente para equacionar a natureza essencial do ser humano. Perante esta perspectiva, Plutão ajuda-nos a remover o lixo dos nossos conceitos obsoletos, através de sucessivas crises, percorremos as avenidas do nosso mundo interior até que captemos a luz que é perceptível no fundo do túnel. A verdade da experiência é aqui vivenciada no âmago central de cada um. A solução apresenta-se no encontro com o deus imanente que existe em cada um de nós, já que a verdade é só uma, apesar de estar revestida com a aparência da multiplicidade. Sem este retorno à unidade filosófica da vida, continua remos a perpetuar a imposição e a manipulação de valores e crenças, achando que os outros terão de partilhar esses mesmos padrões estabelecidos ora pela tradição convencional, ora pelo senso comum ou pela visão estritamente científica assente na estatística. Como diria René Guénon, vivemos no reino da quantidade, será que o processo de morte e destruição simbolizado por Plutão em Sagitário nos devolverá o reino da qualidade?


Urano em Aquário (1995-2003)

Urano é o planeta que rege o signo de Aquário, a sua influência faz-se sentir essencialmente nas grandes revoluções que se tem dado nos últimos anos em termos técnico, científico e mental. Aspectos que eram do domínio da ficção científica começam a ser hoje uma realidade. A intuição e a captação de certos aspectos da mente colectiva, apelam para novos conceitos de informação e de transformação do Homem e da sociedade. Termos como o direito à liberdade e à alteridade são cada vez mais aceites na esfera do quotidiano. A inclusão de novas ideias de progresso e de desenvolvimento por uma abertura do espírito ao que é novo e dinâmico é já a imagem de um novo tempo e de novos valores. A perspectiva que nada acontece por acaso e que vivemos num mundo repleto de sincronicidades, levam-nos a crer que existem outras dimensões para lá do que é estritamente verificável. As coincidências significativas estendem-se a todos os domínios e até as oscilações psicológicas de humor se repercutem nos mercados económicos. Vivemos hoje num mundo fascinante em constante aceleração, o que tinha importância ontem deixou de o ter, cada vez mais, procuramos patamares mais elevados através da inovação e da criação de novas atitudes e comportamentos. Liberdade, disponibilidade e qualidade de vida, fazem parte do nosso ideário comum, mas como alcançaremos estas metas sem uma profunda revolução nas mentalidades? Até ao momento, a técnica ainda não libertou o Homem, talvez porque este ainda esteja iludido, projectando a sua redenção em algo exterior a ele mesmo.
O domínio e a evolução da matéria reflectem o espírito que está subjacente a essa intenção, mas sem uma verdadeira percepção da essência humana onde é que se situa o Homem dito civilizado? A barbárie tecnológica tem um preço quando menosprezamos o criador e sobrevalorizamos os artefactos. No entanto, faz parte da natureza errática do homem aprisionar-se no tempo, no mundo virtual das aparências; porém, a visão criativa, aquela que é verdadeiramente individual, encontra-se sempre ao nosso alcance devolvendo-nos a lucidez e a capacidade de ver a evidência das coisas tal como elas se nos ap resentam. Nessa luz, nesse instante, o Homem relembra aquilo que sempre foi, um microcosmo dotado de liberdade criativa.


Neptuno em Aquário (1998-2012)

Neptuno em Aquário fala-nos do grande sonho colectivo, da capacidade de sentir que estamos ligados a uma mente universal. Este é o mito que nos acalenta a visão da globalização, o ideal da ciência e do mundo tecnológico sobrepondo-se ao plano metafísico e ontológico do ser, ou ainda, a doce ilusão e o sonho no qual a técnica e a ciência estariam ao serviço do Homem.
No seu lado positivo, Neptuno representa a abolição das fronteiras, neste caso, temos a partilha do grande campo morfogenético que é a mente colectiva. Por exemplo, através do mundo das telecomunicações e da Internet sentimos que estamos ligados a uma grande rede universal, na qual se dissolve qualquer distância ou isolamento mental; a comunicação electrónica torna-se cada vez mais acessível a todos criando a sensação que não estamos mais isolados. Aquário representa o mundo da ciência e da técnica, Neptuno o mundo da sensibilidade e da espiritualidade; estes dois aspectos reunidos apontam para uma fusão da ciência e do espírito, para uma filosofia que integre a dimensão das novas descobertas científicas com o domínio metafísico e religioso. No seu aspecto mais negativo, Neptuno em Aquário, simboliza a massificação, a uniformização em padrões standartizados sem levar em conta as características da originalidade e da singularidade de cada um. No seu melhor aspecto, esta posição reflecte a necessidade de se encontrar soluções para as grandes questões mundiais não só pela percepção de unidade, mas também pela integração de um pensamento e de uma sensibilidade que levem o Homem a um novo redimensionamento com a sua real natureza.

Urano em Peixes (2003-2010)

Urano em Peixes vem revolucionar o modo como estamos a viver os problemas colectivos. Depois da passagem em Aquário, Urano símbolo da mente colectiva irrompe na forma de ideias novas mescladas com o plano dos sentimentos. Esta fusão tem como propósito transformar e libertar as velhas formas emocionais numa visão que englobe a descoberta de um novo sentir, sentir este que pede uma integração da mente e da emoção num novo paradigma universal. Descobrir um novo sentido ou uma nova metafísica pela via do sentimento é uma das metas a alcançar com Urano em Peixes ou na décima segunda casa. Assim e ao longo deste período, Urano irá estimular a superação da dualidade emocional, desenvolvendo uma visão que se diferencia da tradicional dicotomia entre “bons e maus”, em suma, esta posição pede uma nova abordagem na compreensão dos problemas humanos. Na qualidade de planeta transpessoal, a vibração energética de Urano apela para uma consciência colectiva que intua a real natureza do sofrimento, para haver superação do sofrimento é necessário uma abordagem da condição humana na qual se exclua qualquer sentimento de separatividade; mas para que isso seja possível, Urano irá impulsionar a libertação dos resíduos inconscientes dos últimos graus da Era de Peixes, estes encontram-se reflectidos numa estrutura social que actualmente se encontra em fase de sufoco e decadência, pois ainda vivemos arreigados a determinados padrões cristalizados.
Tal como nos anos loucos de 1920, Urano vem libertar conteúdos inconscientes reprimidos, instalando um certo Caos no modo de sentir e de percepcionar o mundo. A desordem e a confusão reinantes fazem parte de um processo de depuração e limpeza de todo um tipo de humanidade que ainda se identifica com a lógica do individualismo separado do todo – aquele que tem sido o apanágio de certos aspectos da civilização ocidental; mas também pela sua antítese, temos aqueles que acreditam que a opinião ou que as escolhas das massas e do colectivo devem prevalecer como padrão de referência acima do indivíduo. Quer uma quer outra posição, ocultam o verdadeiro cerne da questão, não se trata de valorizar nem o separatismo, nem os votos de uma maioria não esclarecida, mas sim enquadrar “a vida” num contexto que permita a superação das dualidades e das dicotomias. É pela unificação do sentir e do pensar que a revolução pode ser feita no interior de cada um, é pela impessoalidade que podemos captar um sentido no “Todo”, neste processo muitas vezes a gota e o mar confundem-se, mas só se encontra aquele que se perdeu. Nesta viagem, a potencialidade do Caos possibilita o retorno à origem, à grande imersão no Oceano quando vivemos a vida de uma forma criativa.

Urano em Peixes vem desmoronar qualquer política ou religião de salvamento, porque ou há descoberta do colectivo no seio do individual ou qualquer tarefa de implementação e de domínio através de normas exteriores fundadas na lei do mais forte, lançará a confusão e a diluição presentes na energia pisciana. A recepção mútua de Urano em Peixes e Neptuno em Aquário, indica a necessidade de se criar uma ponte de conexão entre uma nova metafísica ou sensibilidade colectiva com a percepção de novos conceitos universais.
Neste período é natural que haja um incremento e um interesse por assuntos ligados à Psicologia, à Psicoterapia e à Espiritualidade.
Quanto à Liberdade emocional, esta só poderá ser alcançada, quando conseguirmos sobrepor à corrente irracional das sombras individuais e colectivas, o sentido da própria ordem universal. Como esta se espelha na nossa consciência individual, precisamos de emergir do colectivo, o outro que também somos nós, para voltarmos a fundir-nos com o nosso eu Universal.
Tal como nos diz a Física Quântica, no próprio Caos desenha-se uma Ordem oculta.

© Luís Resina 2001




aspecto da assistencia à tertúlia em que se reconhece o seu Presidente Jose Manuel Ferreira








Durante o debate foi sugerido uma vista guiada ao Aqueducto das Aguas Livres, que sera oportunamente anunciada.