Tuesday, October 08, 2013

tertulia em almoço debate dia 9 de Novembro com Dr. Luis Portela sobre Espiritualidade e Ciencia

 
 
Tema da Tertúlia de dia 9 de Novembro: a controvérsia subjacente ao livro do Dr. Luis Portela sobre o positivismo e a metafisica, a Ciência e a Espiritualidade...40 participantes numa conferencia excecional presidida pelo presidente da CM de Alenquer animaram um interessante debate sobre temas de metafisica que começam a ganhar foros de comprovação cientifica e experimental.


Luís Portela

Luís Portela nasceu em 1951 no Porto, onde se licenciou em Medicina. Exerceu actividade clínica apenas durante três anos e foi durante seis docente universitário. Aos vinte e um anos iniciou a sua actividade empresarial e aos vinte e sete assumiu a presidência daquele que entretanto se tornou um dos maiores grupos farmacêuticos ibéricos - a Bial. Em 1994, criou a Fundação Bial, que além de conceder Bolsas de Investigação Científica, atribui um dos maiores prémios europeus na área da Saúde. Luís Portela é Comendador da Ordem do Mérito, de que mais tarde veio a receber a Grã-Cruz. É também Professor Honorário da Universidade de Cádiz, em Espanha. Em 1998, foi distinguido com o Prémio de Neurociências da Louisiana State University, nos EUA. Colabora regularmente na comunicação social, tendo publicado anteriormente, quatro livros: Para Além da Evolução Tecnológica, À Janela da Vida, Esvoaçando e Serenamente. Textos seus foram traduzidos e publicados em Inglaterra, no volume Spirit of Life.



Contributos para a controvérsia do Blogue de Rerum Natura, de Antonio Piedade, bioquimico:
Coisa interessante é que Luís Portela consegue escrever um livro que aparenta ser a favor do conhecimento científico e da importância que a ciência tem no desenvolvimento de uma humanidade mais livre. O problema é que o leitor menos atento pode iludir-se com a tentativa de Luís Portela em afirmar que algumas teorias, utopias e imaginações são passíveis de serem verificadas e validadas através do método científico. Mas ao mesmo tempo Luís Portela afirma que “embora não demonstradas científicamente, estas conjecturas [vidas passadas e futuras, por exemplo] fazem sentido”. O problema é que o “sentido” e as realidades mentais em que Luís Portela é livre de acreditar não são passíveis de serem verificadas, ou sequer experimentadas, pela ciência moderna. A ciência moderna tem como objecto de estudo o que é e não o que nós queremos, acreditamos ou desejamos que deva ser!


Apesar da abertura de espírito que o autor requere para uma mais proveitosa leitura deste livro, é no mínimo espantoso o facto de o médico e psicofisiologista de formação se esquecer de mencionar factos científicos que a biologia e as neurociências modernas têm disponibilizado a todos para explicar um sem número de ilusões neuronais e fisiológicas. Fenómenos que durante séculos foram domínio do desconhecido recheado de medos, das crenças baseadas em explicações erradas do funcionamento do corpo humano e das leis da natureza.
 
 
Mas para as crenças, legítimas de autor, ainda não há qualquer consenso de que possam sequer ser alvo de experimentação pelo método científico, como já se disse. Estou a referir-me concretamente aos casos da reincarnação, da telepatia, da psicocinese, da vida para além da morte entre outros aspectos de uma realidade muito espírita que Luís Portela defende, legítima e livremente, existir. Acredita que existe e quer que essa existência seja demonstrada e verificada cientificamente. O problema, e tal como o próprio autor refere, contradizendo-se, é que todas as tentativas para as provar experimentalmente não produziram resultados reprodutíveis e credíveis.

Um facto real é o de que este novo livro de Luís Portela é centralmente sobre espiritismo, dedicando-lhe vários capítulos com seja o intitulado “Corpo anímico”. Isto, apesar de noutros capítulos, diga-se em abono da verdade, serem dele libertos e dedicados a uma exposição, sugestões, indicações do autor, fruto da sua intensa e rica experiência pessoal, sobre a melhor conduta humana, sobre a defesa do ser sobre o ter, sobre a necessidade da aproximação do Homem a uma sensibilidade espiritual que estará actualmente muito deficitária, principalmente no mundo ocidental e desenvolvido, exactamente naquele em que a ciência moderna se desenvolveu.