Friday, October 30, 2009

Proximas Tertúlias do Bar do Além do ano de 2009/2010


Janeiro, 23, Horizontes astrológicos 2010 (Fernando de Albuquerque)
Fevereiro, 20, O segredo Maçónico
(Rui Bandeira)
Março, 20, A Teosofia (Jose Anacleto)
Abril, 24,
O ciclo de Portugal de 17 anos em 2012 (Manuel Gandra)
Maio, 22, O amor não plátonico em Platão (Jose Manuel Marques)

Junho, 26, Cerimónia Ritual do Solstício (Nandin de Carvalho)
Julho, 10, Coração -dimensão espiritual (Ferrero Marques)

Agosto...................mês de pausa..................................
Setembro, 25, A Atlântida e a Verdade (Re)velada, (José Manuel Freire)
Outubro, 16, Livros de Dan Brown vistos por um cristã, (Isabel Girão)
Novembro, 20, O hermetismo (João Susano)
Dezembro, 4, Artesanato Mágico (orador a indicar)

Saturday, October 03, 2009

Bem sucedidda tertúlia no Bar do Além no Sábado 31 de Outubro sobre Lojas Maçónicas

Decorreu com elevada participação de mais de 50 membros da Tertúlia a sessão de 31 de Outubro no Bar do Além, de que foi orador Inácio Ludgero e Moderador Luis Nandin de Carvalho. Reproduz-se abaixo algumas fotos e o texto da intervenção do orador que suscitou vivo debate, incluindo durante o almoço, prolongando-se o convivio entre os tertulianos ate cerca das 17h nas esplanadas do Alenquer Camping.





As Lojas Maçónicas nos dias de hoje,
suas funções, diversidade e objectivos
(texto de Inácio Ludgero)
-
O que são as Lojas Maçónicas?
- Para que servem?
- Quais as suas funções?
- Onde se encontram?
- Que tipos há
- Que pessoas se encontram nas Lojas Maçónicas
?

Falar de Maçonaria nunca é uma tarefa simples, não só por despertar um certo sentimento de desconfiança ainda latente no povo português (o velho e irracional temor da obscura conspiração revolucionária dos pedreiros-livres), mas também pela inacessibilidade geral das escassas fontes documentais credíveis disponíveis.
Pode dizer-se, de uma forma simplista, que a Maçonaria é uma fraternidade esotérica internacional, postulando uma via de evolução espiritualista não identificada com nenhuma confissão religiosa. Contudo, radica na tradição socioprofissional operativa dos grémios e corporações arquitectónicas da Antiguidade, da Idade Média e do Renascimento, expressa na proposta de cada um dos diversos Ritos que a constituem.
Para falar das Lojas, no tema hoje proposto, não podemos deixar de falar de Maçons e de Maçonaria. Tudo esta interligado.
“Os Maçons podem dividir-se em duas categorias: o Maçon que procura instruir-se e compreender e o Maçon indiferente.
Este último vê na Maçonaria um meio de promover-se e ser assistido. Para ele, a Maçonaria é uma sociedade como qualquer outra, mas mais prática.
O Maçon que procura instruir-se, pelo contrário, dá rapidamente conta que existem ensinamentos, que necessitam uma causa. Reflecte sobre tudo o que prende o seu olhar nas Lojas, nas palavras que ouve, no Ritual que se executa perante ele, e descobre então que deve existir uma ciência da Maçonaria, como existe uma ciência matemática que utiliza a álgebra.”
(Gerard-Vicent ENCAUSSE, químico francês, de nome simbólico PAPUS, no seu livro “Ce que doit savoir un Maitre” e citado, também, pelo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, em 1979 Luís Dias Amado na sua Mensagem anual à grande Dieta, o Parlamento Maçónico)
Fazendo um breve enquadramento histórico da Maçonaria no nosso país podemos afirmar que as mais antigas referências conhecidas sobre a existência das primeiras Lojas Maçónicas especulativas em território português, surgem-nos nos processos jurídico-inquisitoriais do Tribunal do Santo Oficio de Lisboa.
Quase dois séculos mais tarde, e por influência dos ingleses radicados em Portugal na sequência da assinatura do Tratado de Methuen, em 1703, a primeira Loja Maçónica especulativa portuguesa identificada, surge cerca de 1728, fundada em Lisboa, pelo empresário católico inglês William Dugood, aí estabelecido com a sua família, sendo registada pela Grande Loja de Inglaterra.
Esta Loja – designada pelos Maçons católicos irlandeses como a Loja dos mercadores hereges – era essencialmente composta por empresários ingleses anglicanos e escoceses presbiterianos, sobrevivendo apenas até 1755, aquando da destruição maciça de Lisboa pelo terramoto de 1 de Novembro.
Por outro lado, uma outra Loja existia, a Casa Real dos Pedreiros-Livres da Lusitânia, estritamente integrada por clérigos regulares dominicanos, militares e empresários católicos irlandeses (além do engenheiro militar húngaro Carlos Mardel, interveniente directo na planificação urbanística e volumétrica da reconstrução pombalina de Lisboa, posteriormente ao terramoto de 1755). Reuniam-se mensalmente num restaurante junto ao Cais do Sodré, reflectindo sobre temas instrutivos, recreativos e económicos.
O que é a Loja?
As Lojas não são os edifícios onde se reúnem os Maçons, mas constituem a sua própria organização.
A Loja é o local onde os Maçons se reúnem (o mesmo que Templo).
A sua entrada principal localiza-se, simbolicamente no Ocidente, enquanto que o Venerável Mestre (aquele que preside) tem assento no Oriente.
A sessão deve, sempre, ter lugar num local recatado da indiscrição dos não iniciados, devidamente fechado e vigiado.
A forma de trabalhar na Maçonaria é uma forma ritualista. Uma maneira de disciplinarmos um debate onde podemos ter diversas opiniões, sem que no final cheguemos a alguma conclusão. Portanto o Ritual é que une os Maçons.
O Ritual Maçónico é o conjunto de actos que, coerentemente com a linha do pensamento filosófico do Rito a que pertence a Loja, estabelece a maneira adequada de realizar os trabalhos.
Através do Ritual, desde que devidamente interpretado e vivenciado, é que os Maçons se aglutinam nas Lojas.
Um conjunto de, pelo menos, três Lojas constitui uma Obediência. As Lojas são compostas por um mínimo de sete Mestres Maçons ou tratando-se de
Triângulos Maçónicos por, pelo menos, três Mestres Maçons, divididos pelos seguintes cargos:
-Venerável: que é o Presidente.
-Primeiro Vigilante: responsável pelos Companheiros.
-Segundo Vigilante: responsável pelos Aprendizes.
-Orador: representante da Lei Maçónica e que sintetiza as conclusões de cada reunião.
-Secretário: redige as actas e convoca os Irmãos.
-Tesoureiro: responsável pelas finanças da Loja.
-Experto: responsável por preparar os candidatos aquando das provas de iniciação.
-Mestre-de-Cerimónias: responsável pela organização simbólica dentro do Templo.
-Hospitaleiro: responsável por visitar os Irmãos doentes e familiares destes.
-Guarda Interno: é o responsável por verificar a entrada no Templo, podendo impedir a entrada de pessoas ou Irmãos não autorizadas.
Uma Loja Maçónica é um “ser colectivo”. Um corpo de trabalhadores de simbolismo dedicados às mais variadas actividades, desde as litúrgicas às administrativas, como a apresentação e discussão de temas do nosso dia a dia, mas sempre tende por objectivo principal a Busca da verdade.
A Loja representa um Microcosmo dentro do Macrocosmo que é a Obediência em que está inserida.
As actividades da Loja desdobram-se em três planos igualmente importantes: Filosófico, Filantrópico e o Fraternal.
A Loja é o instrumento da Filosofia Maçónica para realizar seu objectivo de “construir uma Humanidade melhor e mais esclarecida”.
Para isso, têm que se recrutar novos elementos do mundo profano que, pela sua sabedoria, julguemos capazes de absorver os conhecimentos simbólicos, interpretá-los e exercitá-los no seu aspecto administrativo, como o ritualista, como filantrópico para os formar Mestres Maçons.
Repito, não é em vão que os três graus Simbólicos são os de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
O aspecto administrativo diz respeito à continuidade da vida do organismo físico.
O segundo aspecto é relativo ao trabalho ritualista em que o resultado final, como nós Maçons dizemos, é o “desbastar da pedra bruta até chegar à pedra cúbica”. O debater questões para o aperfeiçoamento da humanidade.
Finalmente vem o terceiro aspecto, a finalidade verdadeira que deve ter uma Loja, a filantrópica. Nela um Maçon deverá ter uma intervenção activa na construção de um mundo melhor, mais Justo, Fraternal e mais Solidário.
O desenvolvimento equilibrado desses três aspectos tornará possível a realização dos seus objectivos, razão de ser da Loja.
A Loja deve estar organizada de forma a poder funcionar harmoniosamente, como uma verdadeira família e, como tal sujeita a percalços e vicissitudes, divergências e dissensões. Por que não? Afinal, todos ainda estamos no caminho, lapidando as próprias imperfeições com as “ferramentas” que o Simbolismo nos oferece.
Procuramos aprender mas, ao mesmo tempo, a Organização pede-nos compromissos, tarefas, atitudes...
Já tivemos problemas no passado e temos no presente, que graças ao esforço de valorosos Irmãos foram devidamente superados ou não.
Mas, parafraseando um conhecido aforismo, “o preço da nossa estabilidade é a eterna vigilância”.
Não se pode admitir que interesses puramente pessoais se sobreponham ao interesse comum, ultrapassando os objectivos maiores da Loja, mas no fundo a Maçonaria é composta por Homens e reflecte o espelho da nossa sociedade.
As Lojas nos dias de hoje:
- Nos dias de hoje existem, em termos filosóficos, três tipos de Lojas, as teístas, as deístas e as laicas.
Logo aqui se põe duas questões: sendo a Maçonaria anti-dogmática, como podem os Maçons estar a acreditar num Deus revelado? Então a Maçonaria só deverá ter Ateus? Pois o ser Agnóstico também é uma forma dogmática.
Não querendo aqui entrar nesta discussão que divide ao longo do tempo os Maçons só quero dizer que os Maçons devem ser Homens tolerantes e por isso as três correntes de Lojas devem conviver tranquilamente.
- Nas Lojas teístas, acredita-se num Deus revelado, chamam ao Altar do Compromissos Altar de Juramentos, tendo em cima deste uma Bíblia. Evocam nas Sessões o Grande Arquitecto do Universo e dizem nas mesmas, a celebre frase latina “UNIVERSI TERRARUM ORBIS ARCHITECTORIS AD GLORIAM INGENTI” – à Gloria do Grande Arquitecto do Universo. Ainda hoje existem Lojas em Portugal e não só que o evocam.
- Nas Lojas deístas tem uma postura
filosófico-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas questiona a ideia do divino. Os deístas acreditam na possibilidade da existência de dimensões transcendentais. Contudo, não estão presos a nenhum tipo de mitologia mas com o dogma de Deus. Acreditam num Deus, mas não praticam nenhuma religião em particular.
- Nas Lojas Liberais, aparecem em 1872, quando se instaurou nas Lojas o princípio da Liberdade Absoluta de Consciência que não tem nada a ver com as teorias do liberalismo económico, mas foi nessa altura surgiu uma invocação, nas Sessões Maçónicas, o deixar de se invocar nas mesmas Sessões o Grande Arquitecto do Universo, o GADU e o ser “Um Maçon livre numa Loja Livre”.
- As Constituições de Anderson de 1721, feitas por um pastor anglicano, ao que se consta não Maçon, e que hoje estão completamente desactualizadas, são uma espécie de princípios imutáveis da conduta de um Maçon, os chamados Landmarks.
Um dos Landmarks de Anderson, foi a de que só podiam entra homens na Maçonaria. Homens no género masculino.
Este, meus amigos, PARA MIM, não é o caminho, o caminho é só um, o das Lojas mistas (Masculinas e Femininas).
Por isso, PARA MIM, o grande combate das Lojas no século XXI é o de serem mistas
É inconcebível nos dias de hoje, em pleno Século XXI, em que a igualdade de género é uma realidade se possam ainda arranjar argumentos para essa separação e nos estarmos a reger por princípios do Século XXVIII.
- De qualquer modo, um Maçon, deve ter a liberdade de escolher uma Loja Masculina, Feminina, Mista, o Rito que quiser, deísta, teísta, laico, na Obediência que quiser.
Mas a relação entre Irmãos deverá sempre pautar-se pela divisa que “todos somos Iniciados”.
- O “Dura lex sed lex” é uma expressão
latina cujo significado em português é "A lei é dura, porém é a lei". Mas a lei Maçónica é diferente, da do comum dos mortais e rege-se pelas divisas Fraternidade e Tolerância. Tolerância de saber ouvir aqueles que pensam diferente de nós.
Mesmo em organizações Profanas (que não são Maçónicas), os Maçons devem sempre reger-se por este princípio das Leis Maçónicas, mas deveríamos seguir aquele velho provérbio chinês de Confúcio, que nos diz: «Quando os teus inimigos te atacam, senta-te à beira do rio e espera que os cadáveres deles passem por ti».
Portanto a Inter-relação de Irmãos da mesma e de diversas Lojas e Obediências é fundamental
- Na minha experiência em Loja, com o nº 5 do PSD e seu director de informação à altura, outro, um Presbítero da Igreja Lusitana, que ao entrar para a Maçonaria em 1986, era membro do Partido Comunista e Padre da Igreja Lusitana, que escreveu uma carta a Álvaro Cunhal, a que este lhe respondeu, alegando a impossibilidade entre Comunismo e Maçonaria, outro ainda, um socialista convicto, outro de extrema esquerda e outros sem partidos.
Estes Maçons tinham diversas religiões, diversos partidos, mas puderam “habitar” e trabalhar na mesma Loja, discutindo tudo e todos e manter relações Maçónicas e Profanas com Irmãos ditos Regulares e Obediências com que o Grande Oriente Lusitano não tinha relações
- Desmistificamos o mito que os Irmãos ditos irregulares não têm nenhuma relação com os ditos regulares.
Lembremo-nos que um grupo de Maçons no seio do Grande Oriente Lusitano procurou ganhar, sem sucesso, as eleições para o Grão-Mestrado em 1983, saindo inconformados da Obediência para fundar uma outra em Novembro do ano seguinte, a Grande Loja de Portugal, com o objectivo de adquirir o reconhecimento regular de funcionamento maçónico-institucional por parte das Obediências tradicionalistas já que o Grande Oriente Lusitano (que entretanto abandonara, em 1982, a designação de Unido) tinha relacionamentos diplomáticos apenas com as Obediências ditas liberais e mais politizadas, como a Grande Loja Unida de Inglaterra e a Grande Loja Nacional Francesa.
Mesmo acontecendo estes factos fizeram-se “Fraternais”, por Irmãos de diversas Obediências e Potências, mantiveram-se contactos privilegiados…só assim faz sentido.
Na Politica a relações entre Maçons:
- Em Março de 1996, na cerimónia final do encontro entre líderes europeus e asiáticos, decorreu em Banguecoque, na Tailândia, chamou-se a atenção para o curioso aperto de mãos que uniu todos aqueles estadistas, no final dos trabalhos. Quem viu, reparou que todos deram a mão direita, por cima da esquerda, ao parceiro do lado esquerdo, e a mão esquerda, por baixo da direita, ao parceiro do lado direito. Este gesto simbólico dos Maçons, chama-se “Cadeia de União” que é feita no final de cada Sessão. Entre outros estavam: o chanceler alemão HELMUT KHOLN, o primeiro-ministro chinês, LI PENG, o chanceler austríaco, FRANK VRANISKY, o primeiro-ministro português, ANTÓNIO GUTERRES…. Foi certamente um acto “provocado” por Maçons, pois estes sempre estiveram nos actos mais importantes da História Mundial, como na:
- Constituição dos Estados Unidos que é Maçónica;
- A do Brasil também;
- A Constituição Portuguesa é também de inspiração Maçónica;
- Os princípios programáticos da ONU;
- Da constituição da CEE;
- Da Liga Internacional dos Direitos do Homem;
- Da Declaração Universal dos Direitos do Homem;
- Na Universidade Livre de Bruxelas;
- Nos Rotários;
- Formação da UNESCO;
- Formação da UNICEF;
- Da Cruz Vermelha, etc.
Entre Maçons:
Existe o:
- O “G.I.T.E.” – que é um Grupo Internacional de Ajuda Mútua no Turismo, que em 2008 tinha 2.221 membros repartidos por 55 países.
- A “JEUNESSE FRATERNELLE – PONT DE L’AMITIÉ” – Amizade Fraternal de Jovens, numa Colónia de férias em Vichy, para filhos de Maçons.
- O “CLIPSAS” - CENTRO DE LIGAÇÃO E DE INFORMAÇÃO DAS POTÊNCIAS SIGNATÁRIAS DO APELO DE ESTRASBURGO.
O CLIPSAS é numa organização internacional da Maçonaria liberal de todo o mundo. Aderindo à ética proposta pelos fundadores, de se submeterem com toda a fidelidade, de tolerância, de fraternidade e de união.
O Seu objectivo é congregar Maçons, homens e mulheres, que consideram que a LIBERDADE ABSOLUTA DE CONSCIÊNCIA que é a grande vitória da humanidade sobre ela mesma.
Casos pessoais com membros Regulares:
- Inácio Ludgero/Nadin de Carvalho em Maio de 1994 a propósito de Reportagem na Visão sobre a Grande Loja Regular de Portugal;
- Inácio Ludgero/Nuno Nazareth Fernandes/José Anes, em Maio de 1994, sobre Cerimónias de Elevação através do Grande Priorado Independente da Helvética (Rito Escocês Rectificado), nos Claustros do Convento de Cristo em Tomar;
- Inácio Ludgero/Nandin de Carvalho, em Janeiro de 1998, pedido de divulgação de notícias;
- Inácio Ludgero/José Anes, em 29 de Junho de 2001, no 10º aniversário da Loja Regular de Portugal, na Costa da Caparica, onde fui convidado para a cerimónia e banquete comemorativo.
Como um jornalista, Maçon, ateu, posso ter este convívio com Regulares e crentes em Deus?
Claro que sim, porque nos respeitamos que cada Irmão tenha a sua crença, o seu género, a sua raça, a sua orientação política ou sexual, que seja republicano ou monárquico. Todos somos Iniciados, todos somos Maçons, todos somos Irmãos.
- A Maçonaria é uma Ordem, à qual não podem pertencer senão Homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz.
- Lobby? Tráfico de Influências? Nada disso e como alguns exemplos temos:
- Sabe-se o que se passa nas reuniões de direcção de qualquer clube de futebol?
- Sabe-se o que se passa nas reuniões das administrações das empresas onde trabalhamos?
- Sabe-se o que se passa nas reuniões de conselho de ministros?
- Sabe-se o que se passou em casa, numa reunião de família de A, B, C ou D?
- Porque razões têm de vir para a opinião pública as reuniões de uma Loja Maçónica, que dentro dele ainda por cima nos tratamos por Irmãos?
- Alguém é nomeado ministro e escolhe para seu braço direito:
A- Aquele que é altamente competente, mas não tem a sua confiança.
B- Aquele que não é tão competente, mas tem a sua confiança total.
- Quando em qualquer posição que tenhamos, devemos escolher sempre gente da nossa confiança.
Vamos falar no verdadeiro Trabalho das Lojas:
No Estrangeiro:
- Da Loja Albert Camus, em Paris do Grande Oriente de França:
- Tem uma Organização chamada “Université Sans Frontière”, que estabeleceu parcerias com diversas Associações e entidades regionais. A saber,
- Acções para as Colectividades Territoriais e Iniciativas Sociais, Desportivas, Culturais e Educativas;
- Agricultura Sem Fronteiras, com intervenções na Europa (França, Roménia, Moldávia e Kosovo); Médio Oriente (Líbano); África (Mali, Guiné-Bissau, Guiné-ConaKry, Burquina Faso, Nigéria, Senegal, Burundi, Togo, Níger, Madagáscar, Argélia, Mauritânia e Republica Democrática do Congo), na Ásia (China Vietname) e na América Central e do Sul (Honduras, Haiti, Nicarágua e Argentina).
- Associação Viver Solidariedade Internacional;
- “Centraider”, Associação de Cooperação e Solidariedade Internacional;
- Associação para a Protecção do Ambiente e o desenvolvimento do Eco Turismo;
- Na Nigéria, a ONG - Bani Ba Haw: Organização para o desenvolvimento integrado (Saúde, educação e ambiente) que no passado Natal enviou num contentor com 4 toneladas de livros, 70 computadores, 50 impressoras uma sala completa de operações e diverso material médico e ainda o envio de dois camiões com livros e mobiliário.
- Na Costa do Marfim, a associação para o desenvolvimento económico da Região da cidade de Mankono, com a renovação das instalações sanitárias e administrativas no Hospital;
- No Mali – Assembleia Regional da cidade de Mopti;
- No Mali – Associação Malinesa para o Desenvolvimento conjunto;
- No Mali – Associação dos Professores Malineses Emigrados de volta ao País.
- Com a colaboração da UNESCO, no Benim na análise da poluição aquática de iodo e na Tunísia na realização de projectos de mosaicos.
- A ORDEM de SHRINE, uma fraternidade Internacional com cerca de 1 milhão membros, com sede nos Estados Unidos, fundada pelo actor Billy Florence e pelo físico Walter Flaming em 1872 que tem como principal finalidade filantrópica a de proporcionar tratamento ortopédico gratuito às crianças em Los Angeles, até aos 18 anos. Actualmente patrocinou 19 hospitais ortopédicos (com 905 camas) e três institutos para queimados (90 camas). Os orçamentos dos hospitais da ORDEM de SHIRENE para o ano de 1998 excederam os 400 milhões de dólares, mais 1,25 milhões de dólares dia.
Até 1998 e nestas 22 unidades já receberam tratamento mais de 165.00 crianças.
Todos os tratamentos nestes hospitais são completamente gratuitos, não aceitando subsídios estatais para custear os tratamentos médicos nos actuais 22 hospitais e institutos (20 nos estados Unidos, um no México e outro no Canadá).
As receitas financeiras são obtidas através de diversas actividades pelos seus membros, voluntariado na organização de eventos, voluntariado nos hospitais ou transporte de doentes.
-Na “Fundação Ara Solis” – do Grande Oriente Ibérico e com sede na Corunha, dedica parte da sua actividade a colóquios e conferências donde obtém alguns fundos através de leilões venda de quadros entre Irmãos. Tem ligação com uma ONG da Nigéria de apoio às grávidas.
Também está a implementar que na recolha de fundos que é feita em todas as Sessões de Loja Maçónica, a partir da circulação do Tronco de Solidariedade, que circula no final de cada Sessão, em que o seu conteúdo reverterá para um fundo comum de Solidariedade. Essa tarefa feito pelo o Hospitaleiro de cada Loja, neste momento o GOI, quer alagar esta iniciativa a mais Orientes e Grandes Lojas.
Em Portugal:
- Chegam aos nossos dias, o Asilo de S. João, mais tarde denominado Internato de S. João, fundado pelo Maçon José Estêvão de Magalhães e outros, em 1862, para acolher crianças órfãs do sexo feminino, o Asilo de S. João, no Porto, fundado em 1891 para acolher rapazes órfãos e a Escola Oficina nº 1, fundada em 1912, que teve por origem a Sociedade Promotora de Escolas, que teve como fim o ensino elementar, a formação de carácter técnico específico, o que permitia que os alunos ao saírem, pudessem exercer uma profissão.
- Prémio anual “Fernando Valle”, ao melhor aluno da Escola onde estudou este destacado médico, dado pelo Soberano Capítulo de Cavaleiros Rosa Cruz, Grande Capítulo Geral do Rito Francês em Portugal.
Na Política:
- A Maçonaria intervém na Guiné-Bissau em 1998 para mediar o conflito, a partir do contacto feito pela Junta Militar Guineense da altura, ao então Grão-Mestre da Maçonaria Regular, Nandin de Carvalho, o próprio, presente poderá falar disso.
- Em 1999 em Timor, depois do referendo de Agosto, a mudança de posição politica do presidente Bill Clinton, iniciado na Maçonaria através da Ordem De Mollay, com Ramos Horta e o Grão-Mestre da Grande Loja Regular dos Estados Unidos.
A posição sobre Timor (em 8 de Agosto de 1999) tomada na revista “O Aprendiz” da Grande Loja Legal de Portugal/Grande Loja Regular de Portugal no seu número de Outubro de 1999.
- O Serviço Nacional de Saúde, foi discutido nas Lojas do Grande Oriente Lusitano em 1979, por António Arnaut, à época Ministro da Saúde.
- Cito agora para finalizar, Fernando Valle, médico em Coja (Arganil), que morreu com 104 anos e na altura, considerado o mais velho Maçon do mundo, com 81 anos de Maçonaria (iniciado em 1923), pois o seu exemplo cívico e fraterno é testemunhado por muitos Maçons mas também, por muitos milhares de profanos a quem ele assistiu como médico ao longo da sua vida, sem nunca ter cobrado deles um centavo. Aos pobres, muitas vezes, lhes dava dinheiro do seu bolso para mitigarem as suas necessidades. Estão vivos para o testemunharem: Maçons e profanos. Dizia Fernando Valle num poema de 28 de Janeiro de 1930:
“Creio no mundo da Justiça! Creio no triunfo da
Verdade! Creio na Liberdade, que é a garantia do
Espírito e da Inteligência, que é a própria Natureza
Humana.
Penso que a comunhão no sofrimento e na luta deve
aproximar todos os homens; sou democrata.
Sou assim, se isso é lícito dizer-se, um republicano
progressivo.
A sociedade humana avança e desenvolve-se gradualmente,
aproximando as condições dos homens,
distribuindo mais equitativamente a instrução,
problema capital entre nós, e a riqueza.
Os nossos males não provêem do facto de haver
idealismo a mais, vem exactamente do contrário, de
não haver nenhum.
Urge levantar o vigor moral deste povo atormentado
que continua sem pão para a boca, nem alimento para
o espírito, só, e abandonado às suas dores e à sua
ignorância.
Eu creio em absoluto na marcha progressiva da sociedade,
sou contra todas as formas políticas que possam,
ainda que por momentos,
entravar esse progresso.”
- E dizia-nos: “A Maçonaria, é a Luz! A República o Caminho!”

Eu sou livre-pensador, ateu, penso; sou republicano, falo. Para mim ser Maçon é um motivo de orgulho.
Considero que jornalistas Maçons devem sempre respeitar as obrigações deontológicas e éticas do seu próprio código, assim como o compromisso de honra que assumem no dia da sua Iniciação, que o prestam de livre vontade, compromisso que não contém nada que ponha em causa a honestidade de ninguém, nem a deontologia de nenhuma profissão. Saber que à porta do jornal fica o jornal e à porta da Maçonaria fica a Maçonaria.
A Internet, os meus livros, os meus papeis, os meus Irmãos, me ajudaram neste trabalho que aqui hoje vos apresento, e como dizia Albert Camus, Prémio Nobel da Literatura em 1957,
“Não quero ser um génio. Já tenho problemas suficientes em tentar ser um homem”.
Tenho dito, e estou à vossa disposição para todas as questões que me queiram colocar.

Thursday, October 01, 2009

notícias da Tertúlia e almoço debate sobre a Maldição dos Templários


Decorreu com grande sucesso mais uma Tertúlia do Bar do ALém, em que o coronel Joao Fernandes dissertou com grande erudição sobre a Maldição dos Templários sobre cuja execução passam precisamente 700 anos em 13 de Maio de 2010, data recentemente anunciada para a visita od PApa a Fátima.Participaram no almoço debte 54 pessoas que se mantiveram até cerca das 17h em amena troca de impressões sobre este tema histórico de relevância esotérica,. Seguem-se algumas fotos e um texto complementar distribuido pelo orador convidado




Um documento, apreendido pelas tropas de Napoleão depois de terem invadido a cidade de Roma, em 1809 e referido por Gérard de Sede descrevia o testemunho de um templário, de nome Jean de Châlons aludindo a “três carroças de palha puxadas por cinquenta cavalas que haviam saído, na quinta-feira, 12 de Outubro de 1307 (a véspera da prisão dos templários), do Templo de Paris, conduzidas por Hughes de Châlons, Gérard de Villers e cinquenta outros cavaleiros, transportando «totum thesaurum Hugonis Peraldi [Hugo de Pairaud, o grande Visitador de França]“.


O mesmo templário teria afirmado que o conteúdo das três carroças teria sido embarcado no porto templário de La Rochelle e seguido em 18 navios da armada dos templários com destino desconhecido, mas que, certamente seriam paragens mais amistosas para a Ordem do que as de França… Seria o porto de templário do Baleal (Peniche), aproveitando o bom acolhimento que Dom Dinis deu a tantos frades fugidos de França e a recusa sistemática que sempre deu à Santa Sé quando esta tentou estender a Portugal os processos que incendiavam França?


Seria este tesouro composto por mapas antigos, informações geográficas e documentos que puderam depois ser usados na “Escola de Sagres” e no começo do processo dos Descobrimentos portugueses? Seriam estes documentos e ensinamentos perdidos o cerne da mensagem do “Espirito Santo” que Dom Dinis depois se esforçou por disseminar e que iria até onde fossem todas as naus das Descobertas e da Expansão?