Monday, March 02, 2009

Pinharanda Gomes esteve no dia 21 de Março na Tertúlia sobre a Canonizaçao de D. Nuno Alvares Pereira

No dia 21 de Março, equinócio da Primavera,
um vulto excepcional da Cultura Portuguesa,
Jesué Pinharanda Gomes
(e membro da Tertúlia do Bar do Além, de Alenquer)
honrou a histórica figura de D. Nuno Alvares Pereira
canonização prevista para 26 de Abril no Vaticano, como Santo


Com sala cheia e atenta, tomou-se conhecimento de toda a problemática que ao longo de mais de cinco séculos permitiu a consagração pontifícia do Conde Santo, desde logo popularizado, e mais tarde reconhecido como Beato, para finalmente agora ser canonizado como Santo. O debate prosseguiu depois durante o almoço com envolvimento e vivo interesse de todos os participantes.


Foram reportados depoimentos históricos coevos em espacialo sermãod e Don Duarte eas c´ronicas de Fernão Lopes e Gomes Aenes de Azurara entre outros, a vida de D. Nuno, e a questão de tersido guerreiro de cruzada, mesmo na batalaha de Aljubarrota, pois se tratava não apenas da defesa e afirmaçao da idnependência de Portugal, mas como desde sempre sustentou João das Regras, da defesa da cristandade, pois Espanha seguia então Papa do cisma de Avinhão, e o Rei português manteve-se fiel ao Papa de Roma.
Foram também rememoradas as virtudes heroicas de D. Nuno, factos da sua vida de fundador da Ordem das Carmelitas em Portugal, e ainda do ultimo milagre relaizado e reconehcido em Roma jáem 2007 e na zona de Vila Franca de Xira. No final o orador exibiu uma estatueta prototipo da futura figuração do Santo, com um elmo e um escudo aos pés, segurando nas mãos um livro, e vestido de um hábito castanho, completamente diferente da habitual representação iconografica.





Fonte: Sapo
Santo Condestável
in: http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/2869206.html
Uma boa notícia: D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) vai ser canonizado no próximo dia 26 de Abril pelo Papa Bento XVI, no Vaticano. O Condestável é uma das grandes referências da História de Portugal, política e militarmente falando. A ele devemos a vitória de Aljubarrota e a independência em relação a Castela. O Beato Nuno de Santa Maria foi o general, o homem e o líder que devia inspirar mais este País. Um homem que provou que a estratégia e a coragem são suficientes para enfrentar as adversidades.
Beatificado em 1918, D. Nuno viu o processo de canonização reaberto em 2004. No dia 26 de Abril, curiosamente um dia depois de uma data que muito diz aos militares portugueses e não só, o Condestável sobe mais um patamar e torna-se Santo de pleno direito, depois de reconhecida uma cura milagrosa numa senhora com uma lesão grave na córnea. O cardeal D. Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, e D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, estão de parabéns por este autêntico feito.


Leituras Recomendadas:
Centro de Estudos Pinharanda Gomes
http://correiodaguarda.blogs.sapo.pt/13610.html
Entrevista com Pinharanda Gomes
"O maior pecado actual do homem é o ódio e matar"
Acaba de sair a segunda edição aumentada do seu 'Dicionário de Filosofia Portuguesa'. O filósofo é "um mendigo a bater à porta da sabedoria", diz Pinharanda
entrevista do DN

DN-José Carlos Carvalho preferências. Pinharanda Gomes junto à estátua de Camilo Castelo Branco, um clássico da literatura portuguesa que gosta sempre de revisitar
Defende o seu pensamento, frontal e polémico. Pinharanda Gomes, figura relevante da vida cultural portuguesa, espera que a humanidade "reencontre o paradigma inicial". Acha que Lisboa podia ter uma Faculdade de Filosofia e os cursos politécnicos também "deviam integrar um ano de filosofia, porque é na filosofia que se faz a iniciação às humanidades fundamentais". Na actividade profissional, gestor e filósofo deram-se bem. Lidou com agricultores e "os agricultores estão próximos dos filósofos".
Como é que um filósofo poderá explicar as "subversões" climatéricas a que estamos a assistir?A meteorologia aconselha que se comece de baixo para cima, mas como sou ignorante desses enigmas tenho de começar por cima.Vai dizer-me que são coisas de Deus? Há um espaço em que cada um de nós tem poder de exercício. Os fenómenos atmosféricos, por enquanto, não dependem do homem. O homem não estraga o clima? Mas os homens não têm poder sobre o cosmos. São fenómenos para além da sua capacidade de intervenção. Quando matam florestas e agravam a poluição, não influem no cosmos? O homem vai tendo acções que contribuem para que chova ou não, para que haja guerra ou paz. Não me recordo, por exemplo, de haver tantos incêndios como actualmente. E os grandes pulmões das cidades, como o do Parque de Monsanto, e mesmo os pequenos jardins, estão a ser destruídos. Não se podam as árvores, são decepadas.
É preciso aprender e fazer pedagogia...Podar é uma técnica, decepar é um crime. Há, ainda, a poluição das águas. E aquilo a que se chama progresso tecnológico, ou seja cobrem-se as ruas com asfalto, dificultando o escoamento das águas e a infiltração que alimenta os mananciais subterrâneos. Lisboa assentava em estacas que desapareceram, pelo menos na Baixa. Existe o risco de um dia tudo isto cair. Por que é tão catastrófico?São visões catastróficas mas possíveis. É necessária uma vigilância permanente. As obras do homem nunca são seguras e definitivas.
Não acredita no homem perfeito...O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas cometeu o pecado original e entrou em queda. Com a relação de amor o mundo não ficou mais humanizado? Não direi que ficou mais humano. Ao cometer o pecado original, fosse qual fosse (nem sei o que foi e creio que ninguém saberá), o homem perdeu o carisma da imagem e semelhança de Deus e ainda o não reconquistou. Veio a ter a possibilidade de reconquistar a condição perdida através dos sacramentos, como é o caso do baptismo na igreja cristã, que nos liberta do pecado original mas deixa em aberto o pecado actual.
Qual é o pecado actual?O maior pecado actual do homem é o ódio e matar. Este ano, na pastoral da Igreja, reflecte-se sobre o quinto mandamento Não matarás. Os homens matam muito.Mata-se, inclusive, em nome de Deus...Exactamente. E matar não é só matar fisicamente, é também tentar matar a alma. Às vezes, a pior das mortes é a espiritual. A formação do homem por meio da educação do espírito é possível nos nossos dias? Possível, necessária e urgente. A queda do homem não acabou. Principiou e está documentada na alegoria de Adão e Eva, porém a humanidade continua a cair. E a regeneração só começará quando chegarmos ao fim da queda e dissermos Ai, meu Deus! Então surgirá o homem regenerado. Esperemos que a humanidade se reencontre com o seu paradigma inicial.
Está muito preso ao conceito grego da paideia? A paideia parece-me ser agora o que poderemos chamar de educação estabelecida. Prefiro hoje a iniciação, a que abre um caminho na selva. A pessoa deve procurar o melhor caminho, independentemente dos poderes constituídos, mesmo correndo o risco de caminhar à margem. Alguns pensadores, tanto da gnose cristã como da hebraica e pérsica, tinham essa quase certeza valia mais ser livre à margem do estabelecido do que cativo dentro do estabelecido. Sente-se cativo ou à margem? Sou um homem livre. Caminho como uma pessoa política e ideologicamente independente. Quero ser livre. Um rio corre entre margens. Eu sou a margem. Um rio tem duas margens. Está em ambas?Às vezes saltito. É a condição do homem pendular.
Quando a justiça escasseia, temos de saltar para a liberdade, quando a liberdade exagera, temos de saltar para a justiça. Sou um homem das margens. E defendo o meu pensamento.Com vocação para a portugalidade? Não me ponho à margem da sociedade portuguesa. Tenho procurado viver e pensar a Pátria. Se por algum mérito o meu nome ficar na história deste nosso tempo, creio que será pela minha dedicação a pensar a Pátria.
A política não o seduz? É para os políticos. Sou céptico quanto aos políticos. Também há políticos filósofos, mesmo em Portugal...Aliança complicada. O filósofo rejeita o poder. Quer a sabedoria. Acaba de surgir a segunda edição (aumentada) do seu Dicionário de Filosofia Portuguesa. Como filósofo já teve de corrigir uma ou outra ideia sua? Muitas vezes. Pode é ter acontecido que não tenha chegado a exprimir juízo, que o tenha deixado entre parêntesis. Tenho do filósofo a noção de que é alguém que tropeça. Não recebe a sabedoria à partida. Se recebesse a sabedoria à partida não seria filósofo mas apenas um sábio. Os homens são filósofos porque, não tendo a sabedoria, a procuram, querem e amam.
Muitas coisas na sua vida ficaram entre parêntesis? Muitas. Até o pecado. Vive atormentado com isso?O pecado inquieta-me. E o Diabo é inquietante. Diabólico é tudo aquilo que nos solicita para fora do nosso centro de consciência. O pior é o que fica no subconsciente? Os psicólogos é que sabem. O filósofo é apenas um homem que tenta abrir caminho através da sombra para chegar a uma clareira. De algum modo, o filósofo julga-se o centro do mundo? Se for verdadeiramente filósofo, não. Sente-se, como aliás vem nos diálogos platónicos, um mendigo a bater à porta da sabedoria. Procurando responder a todas as interrogações? Procurando respostas para as suas interrogações, para a sua modéstia e para as suas carências. O filósofo sente necessidade de bater às portas da liberdade em busca da verdade. Daí a trilogia do nosso mestre Álvaro Ribeiro: Filósofo é aquele que procura caminhar pela verdade e pela bondade até atingir a beleza, que é a harmonia.
Filósofos estão em vias de extinção? Podemos, até, admitir que as sociedades promovem os filósofos. Estou a incluir aí os sem-abrigo, que têm consciência do que são, os fala-sós, os solitários. Toda essa gente tem alguma coisa de filósofo.Assusta-o a clonagem? Pode clonar-se o corpo mas não a alma. Cada indivíduo é irrepetível.

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