Sobre a oradora, Dra. Margarida Ruas
– o Aqueduto das Águas Livres –
Margarida Ruas é actualmente Assessora do Conselho de Administração da EPAL, Membro do Conselho de Juízes do European Museum Forum, Directora de Relações Internacionais da WASA– GN, organização internacional de aconselhamento a Governos sobre a água como Direito Humano e como Oportunidade, membro do Conselho de Administração da Fundação Aristides de Sousa Mendes, Vice-Presidente da Manuel Carmo Foundation, membro do Comité de Comunicação da International Water Association (IWA) e responsável da Secção da Água do International Committee for the Conservation of Industrial Heritage (TICCIH).
A sua vida profissional e social foi sempre vocacionada para a disseminação da cultura como forma de entendimento entre povos e Estados.
Nos anos 90 foi reconhecida a sua intervenção – já ao serviço da EPAL – na requalificação do abastecimento de água no Brasil, País com o qual tem mantido um relacionamento intenso com as elites culturais.
A Exposição “Amália Rodrigues” no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, é um dos mais significativos exemplos desse relacionamento. A participação na CPLP, em Angola e Moçambique e em organizações internacionais ligadas à água foram também reconhecidas com o Prémio Mundial de Relações Públicas atribuído pela International Water Association.
texto de apoio (irado
Em 2012 dei início a dois grandes ensaios fotográficos sobre o Aqueduto de Lisboa, com milhares de imagens. Na mesma época, o médico, amigo e fotógrafo Miguel Ribeiro também realizou um grande ensaio fotográfico sobre esse magnífico edifício. Fomos, ambos, conduzidos e guiados pela nossa querida amiga Margarida Ruas, uma das maiores especialistas em todo o mundo sobre os segredos dessa fabulosa edificação do início do século XVIII. A ela os meus ensaios fotográficos são dedicados.
O Aqueduto de Lisboa, também conhecido como Aqueduto das Águas Livres, é um dos maiores edifícios do mundo, com uma extensão de cinquenta e oito quilometros através de maravilhosas salas, corredores, átrios - tudo construído em pedra. O seu desenho obedeceu aos segredos da cultura mística Europeia, os mesmos que fizeram as almas de Mozart, de Borromini, Piranesi ou de Claude Debussy entre tantos outros.
O Aqueduto sobreviveu incólume ao terrível terremoto de 1755 que destruiu boa parte da cidade, matando milhares de pessoas. Voltaire ficou profundamente impressionado com a violência daquele desastre natural.
Com oito mil oitocentos e cinquenta quilometros de extensão e cerca de quarenta mil torres, a fabulosa muralha da China seria, sem dúvida, o maior edifício de sempre. Por outro lado, o Aqueduto de Lisboa possui um refinamento arquitetonico que transcende a sua função original.
Um dos meus ensaios fotográficos teve como título O Fantasma do Aqueduto; o outro, O Mistério das Águas Livres. Um fragmento deste último ensaio é agora lançado em livro, em duas edições, com fotos em preto e branco, uma em Português e outra em Inglês.
Margarida Ruas trabalha intensamente para que esse maravilhoso edifício seja classificado pela UNESCO como Patrimonio da Humanidade. E o deveria ser. Apenas no final do século XX o ser humano construiu edifícios dessa dimensão, provavelmente não tão gigantescos e comprovadamente não tão duráveis ou com um desenho de arquitetura. Os gigantescos edifícios do século XX são espécies de grandes armazéns, objetos de engenharia e, portanto, jamais com tal qualidade estética.
Entrar no Aqueduto das Águas Livres é mergulhar na geometria sagrada, no pensamento Iluminista que, ao contrário do que por vezes se diz, era muito dedicado à descoberta, ao oculto - como em Kepler, em Pascal ou em Newton. Um período histórico dedicado a um universo místico que viria a ser desintegrado pela cultura mecânica do século XIX, mas cujos princípios viriam a ser recuperados no início do século XX pela física quântica, pelo fenomenos da "emergência" e da autopoiesis, e pelo ciber-universo de René Berger entre outros, oferecendo-nos uma nova dimensão do princípio a que enigmaticamente chamamos de "mistério".
O reconhecimento do Aqueduto de Lisboa como Patrimonio da Humanidade é a melhor forma de preservar para as próximas gerações esse fabuloso edifício - que hoje se encontra ameaçado.
O livro com cem fotos desse enigmático e fabuloso edifício, muitas em locais raramente visitados, está - como os meus outros livros - a preço de custo e pode ser encomendado em http://www.asa-art.com/edmp/dstr/index/amazon/books.html.
Independentemente do livro penso que todas as pessoas que acreditam na humanidade e que estão voltadas para o futuro, para a descoberta, deveriam assinar a petição - basta clicar em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N71257 e espalhar para o maior número de amigos essa urgência em salvar uma das mais interessantes e pouco conhecidas obras primas do ser humano que é, por si só, um verdadeiro patrimônio da humanidade.
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