O MISTÉRIO DOS CICLOS ECONÓMICOS DESDE
HÁ 5000 ANOS ATRÁS
Tertúlia no Bar do Além, Alenquer, 21 de
Fevereiro de 2015
A
explicação e previsão dos ciclos económicos tem sido um dos maiores quebra-cabeças
dos economistas da era moderna.
Muito
se tem escrito sobre este tema mas, na realidade, até há bem pouco tempo, ninguém
tinha conseguido uma explicação cabal para este estranho fenómeno.
Governar
um país, gerir uma empresa ou mesmo a nossa vida pessoal é um autêntico
totoloto se não tivermos uma perspectiva correcta de qual vai ser o clima
económico em que se vai inserir a nossa acção nos anos mais próximos.
Preocupado
com tão grave falha da vida moderna, o autor procurou soluções alternativas
para encontrar a verdadeira explicação para este aparentemente estranho
fenómeno, uma vez que o padrão cíclico da economia nunca foi encontrado através
da simples pesquisa baseada unicamente em dados estatísticos.
A
razão para este fracasso é evidente: que fiabilidade nos podem fornecer as
estatísticas, se os números finais resultam sempre de governações que tomam
sistematicamente medidas contra-cíclicas? O efeito cíclico esbate-se,
altera-se, antecipa-se ou postecipa-se e, assim, uma análise posterior acaba
sempre por ser errada ou inconclusiva.
Recordando
os bons exemplos do passado narrados nos livros sagrados e outros, como as
histórias de José do Egipto, de Salomão e dos Imperadores Chineses, decidiu
confrontar os ciclos enunciados pela Teoria das Cinco Transformações – uma
teoria milenar de origem oriental que enuncia ciclos naturais de expansão e
contracção (Yin e Yang) – com os ciclos económicos conhecidos dos dois últimos
séculos e a coincidência foi total. O ciclo natural de nove anos desta teoria
ajustou-se que nem uma luva a todos os ciclos conhecidos do passado recente.
Aprofundando
um pouco o estudo percebeu que este ciclo de nove anos era constituído por três
períodos bem distintos: um período de três anos de expansão económica, seguido
de outro de instabilidade de igual duração e, finalmente, um período de três
anos de contracção económica – a tão conhecida e temida crise económica que
tanto nos tem afectado.
Compreendeu
também que os restantes ciclos de maior duração estão todos intimamente
integrados, são todos múltiplos de nove e são todos submúltiplos de 25 920 anos
que corresponde à duração do movimento de precessão do eixo da Terra. Os mais
importantes serão o ciclo inflacionário de 54 anos (Kondratiev), o ciclo de 108
anos a que chamou o ciclo das grandes depressões e o assustador ciclo de hiperinflação
de 432 anos. Muitos outros existirão, como o ciclo civilizacional de 2 160
anos, o ciclo das grandes catástrofes de 12 960 anos e outros que precisaremos
de estudar no futuro com maior precisão e profundidade e, obviamente, com
acesso a outros meios de investigação.
Compreendido
finalmente o ritmo da nossa vida económica a longo prazo, ousou, em 2003, fazer
previsões para o ciclo que, segundo este estudo, teria início em Agosto de
2004.
Ao
reler hoje essas previsões parece estarmos a ler, à posteriori, a história
económica recente: retoma efectiva a partir de meados de 2004, forte expansão
económica em 2005 e 2006 (lembram-se da gabarolice do ministro Teixeira dos
Santos relativamente ao equilíbrio das contas públicas nessa altura? Pudera! No
auge de um período de crescimento económico tão forte!...). Viragem em baixa do
ciclo em Agosto de 2007 (foi nessa altura que começou a formar-se o buracão de
2008…), crise financeira em 2008 e 2009 e… quando todos os políticos,
economistas e demais “entendidos” na matéria de todo o mundo anunciavam aos
quatro ventos retomas para os anos seguintes… uma forte crise económica que se
estendeu até meados de 2013!!! Tudo na mouche! Tudo muito bem explicado, e com
uma diferença fundamental: foi escrito com muitos anos de antecedência, ao
contrário da generalidade dos economistas que só escreve… depois de as coisas
terem acontecido.
Qual
deveria ter sido a vantagem (oportunidade desperdiçada) destas previsões, se
algum governante verdadeiramente responsável as tivesse adoptado (digo bem
“adoptado”, porque lê-las “eles” leram-nas, que o livrinho já leva duas edições
vendidas, mas devem ter achado que eram demasiado fantasiosas)?: nada menos do
que prever e evitar a monstruosidade que foi a crise financeira do sub-prime, e a crise económica que se
lhe seguiu, funestos acontecimento dos quais provavelmente nunca mais iremos
livrar-nos verdadeiramente, tal foi a hecatombe!
Mas
há mais e provavelmente ainda mais importante! É que o ciclo de 108 anos que
termina em 2037, contado a partir da Grande Depressão iniciada em 1929, vai ter
uma força de mudança tão grande e tão radical nas nossas sociedades e nas
nossas vidas que aquilo que mais deveria preocupar-nos neste preciso momento
(se é que ainda vamos a tempo…) era a árdua tarefa de mudar o nosso status quo económico e sobretudo
financeiro para evitarmos as catástrofes que se avizinham inexoravelmente. Os
sinais são claríssimos e só mesmo quem quiser fazer de avestruz será capaz de
ignorá-los.
Acabar
radicalmente com os paraísos fiscais, a concentração desenfreada de capitais, a
cada vez maior desigualdade na distribuição de riqueza, o deixa-andar das
economias das armas, das drogas e de outras “subtilezas” económicas mais ou
menos subterrâneas talvez ajudasse a minorar os efeitos do que está para nos
acontecer até 2037. Ao ritmo actual vai ser muito difícil evitar guerras
brutais e catástrofes humanitárias que, infelizmente, já são uma realidade no
Corno de África, no Sudão, na Síria e, um pouco por todo o mundo onde os interesses
económicos imediatos se instalaram.
De
salientar que este fim de ciclo, dito secular mas que na realidade tem 108
anos, coincide com o fim do ciclo de 432 anos (4 x 108), o chamado ciclo de
hiperinflação em que os preços sobem qualquer coisa como 400% e se mantêm
definitivamente nesse patamar. Alguém imagina o mundo actual com uma subida
repentina da inflação de 400%???
Leiam
e releiam os livros “1929-2037 – Os Ciclos Económicos e a Teoria das Cinco
Transformações” e “Teoria Geral e Previsional dos Ciclos Económicos”, tal como
a restante bibliografia recomendada sobre esta teoria e espantem-se com a simplicidade
do que os velhos conhecimentos orientais nos podem ensinar. Espantem-se também
com a simplicidade com que, se houvesse alguma vontade política (e se esta
fosse independente do poder dos monopólios), poderíamos mudar este mundo:
prevendo os ciclos económicos e corrigindo, por antecipação, as suas inflexões
que, sendo inexoráveis, com um pouco de sabedoria e boa vontade, poderiam muito
bem ser “aplainadas” ao ponto de quase não nos afectarem, como aconteceu com
José do Egipto, Salomão e com os Imperadores Chineses.
Sérgio
Domingues
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